Com um baita sol no lombo de um sábado de agosto durante o verão mais quente e seco da Alemanha, resolvemos fazer uma viagem de um dia até a cidade de Cochem, no Vale do Mosel, para conferir o castelo Reichsburg e seu festival medieval.
A ideia surgiu de um amigo que viu o evento no Facebook e convidou o pessoal do trabalho para ir junto. A Tati e eu compramos um ticket de trem chamado Schönes Wochenende com mais 3 amigos e conseguimos viajar a outro estado da forma mais barata.
Resolvemos fazer um bate-volta para aproveitar o mesmo ticket. Saímos de Dusseldorf e a viagem de trem levou 2h30 com uma conexão na bela cidade de Koblenz, que também visitamos na volta pra casa.
A estação da cidade é pequena e te convida a sair dali o mais rápido possível, pois é feia e sem comércio dentro, diferente da maioria. Ao caminhar para fora e olhar de volta em direção ao prédio, já dá pra ver o quão diferente é a paisagem do Vale do Mosel.
O Mosel é um rio que passa pela Alemanha, Luxemburgo e França, e é uma forte referência para a fabricação de vinhos em cada país. O vale cortado pelo rio é uma das poucas regiões montanhosas na Alemanha, o que causa um choque positivo em quem mora nas áreas planas do país, caso deste que vos escreve desde Dusseldorf.
Em menos de um minuto caminhando em direção ao centro, já havia tirado algumas boas fotos das montanhas que preenchiam a paisagem atrás da estação de trem e logo chegamos à margem do rio.
O caminho dali até o calçadão central levava uns 10 minutos a pé e a subida até o castelo leva uns bons 15 minutinhos a mais. O Reichsburg fica a 154 metros de altura e, apesar da subida não ser das mais cansativas, é um pouco íngreme porque a área do castelo não é lá das mais espalhadas.
Para os sem fôlego ou condições físicas, existe um ônibus que roda de abril a novembro somente (informações e tabela de horários aqui, em inglês) e custa 2,5€ por trecho ou 4€ se comprar a volta junto.
Visitando o castelo medieval de Cochem
Ao chegar na entrada do castelo, o que mais salta aos olhos são os parreirais que o rodeiam. A região do Mosel tem uma cultura vinícola muito forte, e a impressão que dá é que os vinicultores querem aproveitar cada inclinação para ter mais uvas na safra do ano.
Com isso, a paisagem fica muito bonita e completamente diferente do que se vê ao redor da maioria dos castelos pela Alemanha.
A vista para o centro da cidade que se estende na encosta do rio também é linda. Na mesma altitude, mas do lado oposto ao castelo, fica outro morro com um teleférico que tem uma vista panorâmica da cidade (mais sobre o teleférico neste link – em inglês). Do lado oposto do centro o Mosel faz a curva.
Vale gastar o cartão de memória da câmera!
O lugar onde fica o castelo de Cochem foi construído por volta do ano 1.000 sob o título de Burg Cochem e servia como zona oficial alfandegária, já que a região do Mosel no estado da Renânia-Palatinado (Rheinland-Pfalz) fica próxima do que hoje é a França.
Depois de ver Burg Cochem virar ruínas após algumas batalhas com os franceses, a então Prússia retomou o domínio sobre o lugar e vendeu o terreno para o comerciante berlinense Louis Ravenés, que reconstruiu o castelo para ser a residência de verão de sua família.
Hoje, o castelo serve como museu e oferece passeios guiados por suas instalações. Vez por outra, sedia alguns eventos – justamente o motivo inicial que nos levou à cidade.
O Festival medieval de Cochem
Na chegada do castelo, como estava rolando o festival medieval, era preciso pagar entrada. E, pasmem, quem estivesse medievalmente bem vestido pagava menos na entrada.
O ponto alto para mim foram as apresentações musicais, que tinham um quê de Game of Thrones, com gaitas invocadas e um som original. Também haviam apresentações em um palco, incluindo grupos de dança e de um senhor muito simpático que era um circo de um homem só, fazendo acrobacias e palhaçadas.
Centro histórico com sorvete
Para terminar com chave de ouro, na volta do Reichsburg descemos a pé até o centro histórico da cidade, que é daqueles bem tradicionais de vilarejos pequenos (Cochem tem menos de cinco mil habitantes), com arquitetura uniformemente tradicional e ruelas mais estreitas do que o comum.
No verão, a dica é experimentar uma das sorveterias do bairro, que ficam lotadas e atraem muitos turistas.
Quando ir?
Cochem se auto-define como destino de férias e dever ser também muito bonita no inverno, mas como o frio é rigoroso de dezembro a março, alguns serviços só funcionam de abril a novembro. Por isso, a nossa dica é de programar a viagem dentro dessa janela, para aproveitar melhor o passeio.
Quanto tempo ficar?
No geral, Cochem é um ótimo passeio de um dia, tanto para quem está passeando pela região do Mosel quanto para quem estiver em outra cidade maior na Renânia-Palatinado ou na Rênania do Norte-Vestfália.
E você, já fez algum passeio pelo Vale do Mosel? Já passou por Cochem? Conta pra gente!
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