Se três parreirais em sequência no meio do calçadão já davam a temática principal de Boppard, quando vi um brasão de família representado por um cacho de uvas, então, deduzi que estava em uma espécie de capital do vinho na Alemanha. Tal afirmação chega a a ser um exagero ao olhar para o estado de Rheinland-Pfalz, que é recheado de cidades produtoras de vinho, mas a cidade em questão tinha um quê de especial: além do vinho, também possui uma das atrações turísticas mais lindas da região.
Prato cheio pra belas fotos para o Instagram e que até mereceria um lugar na nossa lista de lugares que você não pode perder na Alemanha, Boppard tem ruínas romanas, casas com arquitetura tradicional, portais de entrada da cidade ainda intactos e um teleférico que te leva ao Vier-Seen-Blick, o pico de um morro com vista para a curva do rio reno em formato de ferradura – uma paisagem fantástica.
Apesar de tudo isso que eu descrevi acima, decidimos ir pra lá por uma indicação do Fernando, um amigo que mora em Koblenz e que já se aventurou por aqui escrevendo sobre cerveja na Bélgica e sobre a Allianz Arena em Munique.
Iríamos dar um pulo em Koblenz de sábado pra domingo e estávamos em busca de um lugar para passar a sexta e a manhã de sábado e que não fosse tão longe da casa deles.
Aceitamos a dica sem saber que o lugar era tão massa assim e acabou sendo uma viagem inesquecível pra Tati e para mim, pois foi a primeira vez da Nina na estrada (e dormindo fora de casa também!).
O que fazer em Boppard: da caminhada pelo reno ao alto do morro com uma vista impagável
Chegamos em Boppard com sol, carrinho de bebê, mala e cuia (além de uma sacolinha de mercado cheia de besteiras que compramos no caminho pra ficar bem farofa na chegada ao hotel).
Logo descobrimos que naquele final de semana começava a 80ª festa do vinho da cidade. Com tal sorte na bagagem, decidimos dar uma passadinha por lá no final da tarde para provar uma taça e ver qual era a da festa.
Antes disso, pegamos um mapa de Boppard e descobrimos que tudo poderia ser feito a pé (incluindo caminhar à beira do Reno e parar num café ou restaurante para admirar a paisagem), uma vez que a cidade é minúscula, até mesmo pra quem teria que ir pra lá e pra cá com um carrinho de bebê nada pequeno!
Bopparder Hamm: a ferradura do rio Reno
Foi a última coisa que riscamos da lista, mas é o lugar mais impressionante da região. Do alto de um morro, os turistas têm uma vista lindíssima de onde o rio faz a curva. Parece que aquilo foi feito à mão: o reno desce e ao fazer a meia lua forma uma ferradura perfeita (daí o nome Boparder Hamm) e sobe em direção ao mesmo lugar de onde veio só que do lado esquerdo do morro.
O morro que proporciona tal vista é chamado de Vierseenblick – ou vista para os quatro lagos, em bom português. Esse nome se dá porque dependendo do ponto de observação lá de cima, tem-se a impressão de que todo esse trajeto do reno parece ser quatro lagos entre as montanhas.
É possível chegar lá em cima de teleférico, a pé ou carro/táxi.
A Basílica da cidade e sua praça central
A St. Severus Kirche pode ser vista e ouvida de qualquer lugar de Boppard.
Seus cinco gigantes sinos badalam de 15 em 15 minutos pra ninguém perder a hora e é possível escuta-los bem de longe.
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A igreja de São Severo foi alçada ao posto de Basílica Minor pelo Papa Francisco em 2015 e foi erguida no local de banho dos militares e de uma antiga igreja do século VI.
Hoje, faz frente ao lugar mais agitado da cidade, a Marktplatz – uma pracinha responsa cheia de cafés, restaurantes e até mesmo um bar bem estreito que fica num edifício finíssimo (no sentido literal da palavra): o Kleineste Kneip, ou O menor bar.
Alte Burg, o Castelo antigo
Castelo dá que nem água nessa região do rio Reno, mas o Alte Burg é diferente. Apesar de não esbanjar beleza (se eu não te contasse você nem perceberia que é um castelo), é um dos únicos que não estão imponentemente postados numa montanha, mas sim lá embaixo, na beirinha do rio.
Sua localização é proposital, já que Boppard cobrava uma espécie de pedágio de cada barco que passava por aquela região do Reno. Mais tarde o Alte Burg serviu como hospital e até uma prisão. Hoje abriga dois museus: Boppard museum e o Museu Thonet.
Portões de entrada da cidade murada
Como toda cidade medieval, Boppard era murada e alguns portões de entrada limitavam o fluxo de pessoas. Muitos desses portões ainda estão em pé, caso do Binger Tor, que ainda se encontra em seu tamanho original.
Outro portão antigo, o Ebertor, virou a entrada de um hotel, mas a construção, apesar de reformada, é claro, ainda está de pé.
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Römerkastell Bodobrica
Boppard foi um importante assentamento romano nessa área hoje conhecida como Mittelrhein (Reno médio). Hoje um patrimônio da Unesco (link em inglês) que atrai turistas, na época em que Júlio César conquistou a região, Boppard (para eles Bodobrica) era um ponto geograficamente estratégico para defender o reno.
Por isso, os romanos criaram o Kastell Bodobrica, uma fortaleza de pedra que hoje é representada somente pelas ruínas que restaram e por ilustrações que permitem ter uma noção da grandiosidade da construção na época.
Dali é possível ver a igreja Christuskirche. Com um pouco de criatividade e paciência, dá pra fazer bonitas fotos das ruínas com a igreja ao fundo. Fica a dica!
E aí, gostou de Boppard? Já esteve em alguma cidade produtora de vinho naqueles lados da Alemanha?
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