Quanto mais você pega a estrada, mais gente você conhece e maior fica a sua lista de lugares pra conhecer. E é aí que nos damos conta de que vamos viajar a vida inteira e não vamos conhecer o mundo todo e, infelizmente, nem todo mundo.
Só durante nossa viagem para a Islândia, por exemplo, ganhamos vários novos destinos para se visitar, pelo simples fato de interagirmos com novas pessoas que esbarramos pelo caminho.
No ônibus que ia de Reikjavik para Skaftafell, nós embarcamos mais ou menos na metade do caminho, em Seljalandsfoss, e, com um ônibus lotado, acabamos sentando em lugares separados.
A Tati ficou do lado da Hannah e eu sentei ao lado do Demion. A Hannah é do País de Gales – ali, juntinho da Inglaterra e da Escócia – e já viajou o mundo, tendo inclusive cruzado continentes em um veleiro que saiu da África do Sul e foi até Fernando de Noronha.
O Demion é um montanheiro francês que mora em Toulouse e adora fazer trilhas nos Pirineus, e estava visitando a Islândia pelos mesmos motivos. Tanto os lugares de onde eles vêm quanto os lugares diferentes que eles iriam visitar dentro da Islândia nos deixaram animados para planejar mais e mais viagens.
Ainda em Skaftafell, conhecemos um guia turístico da Groenlândia e conversamos um pouco sobre o seu país. Você consegue imaginar… da Groenlândia! Nunca tinha pensado que poderia conhecer alguém de lá…. A Groenlândia fica entre o Canadá e a Islândia e ainda é ligada politicamente à Dinamarca. Apesar de ter um tamanho gigantesco, a nação possui apenas 56 mil habitantes e poucas estradas. Segundo ele, a melhor forma de visitar outras cidades é de avião. Ah… e diga-se de passagem que a temperatura do inverno por lá pode chegar a bater a casa dos 30°C negativos!. É a Sibéria do Atlântico!
Conhecê-lo fez renascer a minha vontade de visitar o país. E como a Islândia não fica muito longe, tentei checar umas passagens. Até existem voos diretos de Reikjavik para cidades na Groenlândia como Nuuk e Kusuluk mas os preços são bem salgados: R$ 2.300 por uma viagem de ida e volta de um dia, somente. Fica pra próxima!
Depois disso, já de volta em Reykjavik, conhecemos os russos. Mesmo com tantas coisas legais tendo acontecido nessa viagem, o churrasco com eles foi marcante.
A história foi mais ou menos essa. Para as nossas duas noites na Islândia, resolvemos voltar à Guesthouse Laugabjarg (onde tínhamos nos hospedado na primeira perna da viagem). Descemos do quarto para a cozinha comunitária para fazer um miojo e encontramos uma moça cheia dos dreadlocks preparando uma salada. Depois de um “oi” e de uns cinco segundos de bate-papo, ela convidou a gente pra comer com eles no terraço.
Apesar de que as palavras Islândia, churrasco e terraço não deveriam aparecer na mesma frase, resolvemos ir. Eram 4 Russos que estavam comemorando a road trip que eles tinham acabado de fazer por toda a Islândia. A ocasião do churrasco era para comemorar a viagem e também os 15°C que aparentava ser o verão islandês.
Por coincidência, dois do grupo se chamavam Anton e os outros dois eram a Nadja e o Nikita. A Nadja e um dos Antons falavam inglês, Nikita fazia mímicas e assim a conversa fluía. Na Islândia, eles fizeram o Ring da A1, a única estrada deles, e juraram que a parte mais bonita do país fica para os lados dos Westfjords, mais pro lado noroeste. Ou seja: temos que voltar à Islândia algum dia.
Eles são pessoas muito divertidas e que vivem a vida de um jeito bem interessante e fora do padrão. A Nadja e o Anton, por exemplo, se casaram durante a viagem e celebraram comendo cup noodles! hahaha =D
Durante horas de conversa, descobrimos que o Brasil tem muito mais em comum com a Rússia do que somente as loucuras que se passam na Rússia Brasileira.
Mesmo assim, eles recomendam uma visita, que ainda deve conter um pulinho em São Petersburgo, ainda mais linda do que Moscou na visão deles.
Só nessa ida para a Islândia, acabamos voltando cheios de novos destinos para visitar algum dia. Cada viagem é assim, conhecendo novas pessoas que nos fazem querer conhecer mais e mais lugares, mais e mais pessoas.
Cada nova viagem risca um destino do mapa, mas também faz a lista aumentar. Parece que o mundo não para de crescer e a gente de envelhecer.
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