O Caminho de Santiago de todos: como organizar a viagem

Por Daniel Courtouke

Jornalista formado e jogador de futebol frustrado, Daniel Courtouke dá seus pitacos e dicas no Viagem 0800 sobre as viagens que fez. Como bom pão duro que é, procura sempre mostrar os atalhos mais econômicos das viagens que faz.

A popularidade do Caminho de Santiago entre os brasileiros é uma coisa gigantesca. Mesmo quem não costuma viajar muito ou não tem lá uma paixão tão grande por lugares distantes já ouviu falar desse trajeto e conhece alguém (além do Paulo Coelho) que já fez ou quer fazer esse trajeto um dia.

Por uma obra do acaso, eu e a Tati acabamos fazendo 100 km do caminho até Santiago de Compostela em maio desse ano (2016). Foi basicamente assim: a empresa em que a gente trabalha – trivago – promoveu um sorteio e 30 pessoas ganharam uma viagem para fazer um trecho do Caminho Primitivo.

Em 2015, eu também me aventurei pela Espanha, mas foi pra correr a meia-maratona de Palma. Veja o relato.

A Tati teve sorte de primeira e foi sorteada logo de cara, assim como a Bruna e o Guilherme, dois amigos brasileiros. Eu só acabei entrando quase um mês depois do sorteio, quando ocorreram algumas desistências.

Entre o tempo de preparação e o perrengue de caminhar os “poucos” mas suados 100 km (na verdade foram 105 km, mas vamos arredondar pra baixo, né), surgiram várias dúvidas, aprendemos muito e tiramos algumas conclusões que podem ser úteis pra quem quiser encarar essa empreitada, não importa o motivo.
Enfim, não é O Diário de um Mago, mas é um guia completo sobre o Caminho de Santiago.

Guia completo do Caminho de Santiago

Pra facilitar a navegação, dividimos o post em alguns tópicos. Se você quiser ler o texto todo, muito obrigado! Caso esteja interessado em alguma parte específica, basta clicar no link que a página deve rolar automaticamente pro assunto desejado. Se ficar com alguma dúvida, comenta aí que a gente responde!


Além dos tópicos acima, também temos um post com as paisagens mais bonitas que encontramos pelo caminho e também falamos com algumas pessoas que estiveram conosco por lá. Vale a pena conferir os depoimentos de cada um.

Qual caminho devo fazer?

“Tem mais de um caminho?”, foi essa a minha reação ao saber da notícia, aparentemente óbvia pro resto do mundo. Pois é, sempre ouvia falar do tal Caminho desde criança e tinha pra mim que o Caminho Francês era o único que existia.

A verdade é que hoje em dia existe um Caminho de Santiago diferente em diversos cantos da Europa, desde a Noruega, até Inglaterra e Hungria. O que não for possível fazer a pé é feito de barco mesmo.

Os caminhos mais famosos, porém, são: Francês, Primitivo, Português e o Caminho do Norte.

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Na hora de escolher o caminho ideal para você, é sempre bom ter em mente a estrutura dos lugares pelos quais você pode passar. Por ser o mais famoso, o Caminho Francês (780 km) é mais cheio, mas o melhor estruturado, com muitos albergues e restaurantes.

O Camino Primitivo é o mais antigo (350 km) mas um dos mais desafiadores. O trajeto começa em Oviedo, nas Astúrias. É tido como um dos mais bonitos, mas a região é conhecida por suas montanhas, então é melhor aumentar a dose de inclinação na sua preparação.

Já o Caminho Português possui vários pontos de inicio. O mais comum é iniciar a peregrinação no Porto, levando em torno de 10 dias para chegar em Santiago. No entanto, quem quiser cruzar Portugal de ponta a ponta começar em Lagos, Faro ou Tavira.

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Não há tantos albergues na parte portuguesa do trajeto. Portanto, a melhor recomendação é tentar chegar cedo nas cidades do pernoite para evitar problemas. Quem faz o caminho a pé tem preferência em relação aos outros viajantes, em caso de lotação.

O Camino do Norte percorre um trajeto montanhoso de tirar o fôlego (nos dois sentidos), pois percorre a costa norte do país pelo País Basco, Cantábria, Astúrias e Galícia e ainda passa por lugares fantásticos, como Picos de Europa.

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Como se preparar

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Eu diria que a preparação varia de acordo com o seu estilo de vida atual. Se você não está acostumado a fazer trilhas e nem caminhar em lugares íngremes, o ideal seria começar a fazer algumas trilhas ou caminhadas mais longas com alguma antecedência. Afinal, a ideia é que a viagem ainda assim seja proveitosa, não um ato constante de penitência.

Fazer algumas caminhadas com uma mochila nas costas também é aconselhável, tanto pela questão do peso quanto para checar se não tem nada incomodando na alça, se ela encaixa bem nas costas, e assim vai.

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É importante lembrar de uma coisa: qualquer incômodo, por menor que seja, vai virar algo gigantesco se repetido por muitas vezes. Por isso é preciso prestar atenção nos mínimos detalhes.

Do ponto de vista físico, não é necessário fazer uma preparação enorme. Eu diria que a diferença entre 3 e 6 meses de preparo não é tão grande assim.

Se acostume a grandes distâncias e avalie bem o seu corpo, e equipamento pra saber onde se prevenir.

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Bagagem: o que levar

Você já deve ter escutado histórias de gente que foi abandonando roupas e tranqueiras pelo caminho. Certo? Pra uma pessoa que sai de casa todo dia com uma bolsa ou mochila, 500 gramas a mais não fazem diferença alguma, mas pra quem vai caminhar todos os dias – por uma semana ou até dois meses – uma toalha a menos já representa um alívio enorme.

mochilas

A regra geral é tentar deixar a mala com, no máximo, 8% do seu peso. Isso já inclui a garrafa d`água, não esqueça. No meu caso (77 kg), minha mala ficou com 6,5 kg. Ou seja, mais ou menos na medida certa, embora eu tenha herdado um pacote de nozes de 1 kg no caminho e tenha carregado peso extra por dois dias. 😛

Pratique o desapego

Se você tiver roupas velhas e confortáveis, dê prioridade a elas, porque em caso de necessidade, você pode simplesmente as abandonar sem peso na consciência. Eu deixei cuecas e camisetas pelo caminho, mas teve gente que abandonou casacos de moletom, comida, etc.

Leve roupas que secam rápido, você certamente precisará lavar camisetas e bermudas diariamente.

É imprescindível levar band-aids e alguns desses adesivos siliconados que ajudam a diminuir bolhas nos pés. Também considere levar pomadas para dores musculares e tampões de ouvido para as noites nos albergues – a não ser que você seja o roncador de plantão.

Não precisa exagerar e comprar uma farmácia para o caminho. Se você precisar de algo mais específico, as farmácias locais tem um preço justo e já estão preparadas para atender as principais demandas dos peregrinos.

O calçado ideal

O pé é a parte do corpo que vai ser mais exigida na sua viagem. Os meus sofreram pacas, muito por causa do tipo de meias que eu tinha e também por conta de ter que andar muito tempo no asfalto – algo que eu não esperava.

O meu único tênis nessa viagem era de trekking, ou seja: era duro, totalmente fechado, à prova d`água e tudo o mais. O que aconteceu ao andar muito no asfalto foi um impacto muito grande por conta da superfície e da falta de amortecimento, além de aquecer demais. Com isso, eu acabava suando muito e criando bolhas.

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O meu conselho pra quem fizer um trajeto curto é tentar descobrir se a maior parte do trajeto será percorrida em trilhas ou em estradas asfaltadas, para aí sim decidir o tipo de calçado. E pra quem for caminhar os 800 km, eu definitivamente aconselharia levar os dois tipos: trekking e corrida, pra se adequar à superfície e evitar machucados.

Adicionar um tênis leve de corrida em sua mala deve aumentar seu peso em 500 g no máximo, mas vai se provar uma boa decisão ao final da viagem.

A minha mochila pra uma semana

-5 cuecas;

-1 calça pra dormir e ficar no albergue durante a tarde (até ia jantar com ela);

-1 calça pra caminhar;

-1 bermuda;

-4 camisetas (3 pra caminhar e 1 pra dormir e ficar no albergue durante a tarde (até ia jantar com ela também);

-5 meias;

-1 cantil;

-Óculos escuros;

-Pasta e Escova de dentes;

-Fio dental;

-Câmera fotográfica (Go Pro, menos de 400 g);

-Telefone;

-Carregador telefone e câmera;

-Jaqueta (pra proteger do frio e da chuva);

-Chinelo (pra arejar seus pézinhos depois de um longo dia);

-Band-aid;

-Protetor contra bolhas;

-Protetor solar;

-Spray para mosquito;

-Gelol;

-Tênis de Trekking;

-Tampão de ouvido;

-Papel higiênico (um rolo, porque é melhor prevenir do que remediar);

-Toalha;

-Saco de dormir;

-Remédio para dor muscular;

-Baralho  🙂

Outras coisas que não levamos mas que você deveria considerar:

-Boné ou chapéu;

-Cajado (Porque ter um apoio extra ajuda muito o joelho e a suportar o peso da mala);

-Vaselina (Pra passar em regiões do corpo que têm muito atrito durante a caminhada, como as coxas, nas axilas, além dos pés);

-Lanterna (ou faça como a gente e aprenda como ativar a lanterna do seu celular);

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Como viajar: a pé, de bicicleta ou… 

Na saída de Lugo, bem no início do trajeto.

Na saída de Lugo, bem no início do trajeto.

Existem 3 maneiras de fazer o caminho que dão direito ao certificado ao final: a pé, de bicicleta e a cavalo. A maioria das pessoas vai a pé mesmo. De acordo com as estatísticas oficiais de maio de 2016, quase 91% fez o caminho andando, mais de 8% estava de bicicleta e menos de 1% estava a cavalo.

Se você quiser fazer o trajeto de bicicleta, tem toda a questão logística de transportar a bike do Brasil pra lá, e ainda precisa se certificar de ter equipamentos para consertar a magrela em caso de imprevisto. Nos albergues, a preferência é por peregrinos a pé e a cavalo em caso de lotação, portanto é preciso ter uma organização melhor e reservar algumas acomodações em adiantado.

Além de ser o jeito mais comum, a pé você acaba interagindo mais com as outras pessoas no caminho, não se preocupa tanto com a questão de reservar as acomodações com antecedência e aproveita melhor a paisagem.

Agora, se você quer ser aquele 1% e fazer o trajeto a cavalo, pense em toda a logística que isso vai demandar tanto na organização da viagem quando durante o caminho em si. Se ainda assim você quiser levar a ideia adiante, só posso desejar boa sorte!

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Credencial de peregrino: como arrumar uma pra mim?

A photo posted by Viagem 0800 (@viagem0800) on

A credencial de peregrino é algo necessário caso você queira ter a Compostela, que é um certificado que atesta que você fez, no mínimo, 100 km a pé ou 200 km de bicicleta. Existem diversas formas de conseguir uma, a mais fácil delas é entrar em contato com a Associação Brasileira dos Amigos do Caminho de Santiago e solicitar o documento com certa antecedência.

Também é possível obter a credencial nos albergues públicos dos povoados que são considerados os pontos de início mais comuns do caminho, como Pamplona, Sarriá, Burgos, Astorga, além da Universidade de Navarra.

Mas se você não vai sair desses lugares, o melhor mesmo é sair do Brasil com a sua credencial na mão.

Pra que serve?

A cada parada, seja num albergue, numa igreja ou restaurante, você pode obter um carimbo que ajuda a comprovar que você está caminhando, pedalando ou cavalgando o trajeto que você se propôs. Mesmo que você não consuma nada em um restaurante, pode entrar e pedir o carimbo.

Para aqueles que fizerem “somente” os 100 km, é necessário conseguir duas estampas por dia.

Se o seu trajeto for maior e tiver se iniciado já fora da Galícia, uma já é suficiente. Aliás, não se esqueça de pedir um carimbo no local de início do trajeto. 🙂

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Os albergues, as pessoas e o caminho

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Existem diversos tipos de albergues. A maioria dos privados são como hostels, em que você precisa pagar um valor fixo pelo pernoite. Já na maioria dos albergues públicos e religiosos, o valor do pernoite é uma doação que fica a seu critério.

Em nossa semana na Espanha, o albergue mais legal de todos foi o primeiro, o Albergue Ponte Ferreira. A gente tinha saído de Lugo – uma cidadezinha medieval cercada por muros – pela manhã e terminamos o nosso primeiro dia em Ponte Ferreira, que nada mais é do que um pequeno vilarejo com poucas casas e albergues.

O albergue é uma casa enorme, com um pátio na frente cheio de cadeiras e mesas, um espaço fechado que é quase um restaurante e dois alojamentos para cerca de dez pessoas.

A estadia custava em torno de 8 euros, mas se a gente quisesse incluir o café da manhã ficava 10 euros. Além disso, com 9 euros a mais era possível participar do jantar comunitário, que incluía salada, prato principal e sobremesa, além de vinho de mesa.

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A oferta irrecusável valeu a pena. Comi a maior Paella que eu já vi na minha vida, cercado de companheiros de viagem conhecidos e desconhecidos.

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Cuidados

No geral, os albergues têm condições simples e oferecem o básico: cama, água quente e cozinha – para você mesmo preparar as refeições e economizar um pouco. No entanto, com um entra e sai danado de gente, é difícil imaginar que eles consigam trocar a roupa de cama com tanta frequência.

Muitas pessoas acabam reclamando de bed bugs (percevejos de camas), que são aqueles bichinhos que só aparecem de noite e te fazem ficar com coceira a noite toda. Pra se prevenir de uma situação assim, é aconselhável levar saco de dormir, por mais que isso represente um peso extra.

Atmosfera

Como todo mundo está numa vibe bem positiva e sabe que a pessoa ao seu lado também está viajando com praticamente o mesmo propósito que o seu, a interação com pessoas desconhecidas nos albergues é algo que ocorre muito facilmente.

Por isso, a atmosfera nos albergues é algo bem legal de vivenciar, como esses jantares coletivos como o que tivemos em Ponte Ferreira.

E ao encontrar com algum peregrino na estrada, não esqueça de desejar "buen camino" pra ele

E ao encontrar com algum peregrino na estrada, não esqueça de desejar “buen camino” pra ele

Lá, você encontra gente de todos os países e várias idades. Ao final de um dos dias de caminhada, por exemplo, nos deparamos com um casal pernambucano que já estava no Caminho há mais de dois meses. Como os dois já são aposentados e não tinham tanta pressa em retornar ao Brasil, decidiram por fazer o trajeto sem uma data final, parando por alguns dias em cidades mais interessantes. Compartilhamos uma garrafa de vinho enquanto nós jogávamos baralho e eles preparavam seus jantares.

Em uma outra noite, conhecemos um grupo de italianos que estava fazendo 100 km do Caminho com Vitório, uma criança de uns 3, 4 anos apenas.

Alimentação

Durante o caminho todo, muitos restaurantes oferecem o Menu do Peregrino, que é composto por uma entrada, um prato principal, uma sobremesa e uma bebida. Custa sempre em torno de 10 Euros, mas só começa a ser servido lá pelo 12h30, 13h, dependendo do lugar.

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Aê, terminei! E agora? 

Essa praça aí fica lotada de peregrino recém-chegados.

Essa praça aí fica lotada de peregrinos recém-chegados.

A primeira coisa que eu fiz ao terminar o trajeto foi sentar no chão da praça em frente à Catedral e ficar lá por um tempo. Ao olhar pro lado você vê gente de todas as idades, acompanhadas e sozinhas, na mesma situação que você: exaustas mas extremamente realizadas.

Quero um certificado. Como faz?

 

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Como todo bom peregrino, seu trajeto acaba na Catedral de Santiago de Compostela. De lá, são só 220 metros até a Oficina do Peregrino (Rúa das Carretas, 33), que é onde os certificados são distribuídos. Se você estiver em um grupo que iniciou o trajeto num mesmo ponto, terá preferência na hora de emitir o certificado.

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Parte de trás da catedral de Santiago

Reserve um tempo para descansar em Santiago, porque nem sempre os certificados ficam prontos no mesmo dia. Para receber o certificado, é preciso preencher um pequeno formulário e deixar sua credencial de peregrino para que o pessoal possa analisar e validar a sua caminhada.

O problema é que, como muita gente chega num mesmo dia, aqueles que estão sozinhos precisam esperar horas na fila para poder entregar suas credencias de peregrinos. Um dos nossos colegas acabou chegando muito antes do nosso grupo em Santiago e desistiu do certificado depois de duas horas de espera na fila.

Oficina do Peregrino

Horário de funcionamento: Das 8h às 21h, da Semana Santa até 31 de outubro e das 10h às 19h, de 1° de novembro até a Semana Santa. Não abre no dia de Natal e 1° de janeiro.

Missa do peregrino

Mesmo pra quem não é religioso ou possui até mesmo uma outra religião, a missa do peregrino é um evento interessante ao chegar em Santiago. No início da cerimônia, é lido em voz alta a nacionalidade das pessoas que passaram pela oficina do peregrino nas últimas 24 horas como uma forma e boas-vindas.

Durante a missa, o padre também faz uma série de alusões ao caminho peregrinado em relação à nossas vidas. Embora você ainda esteja em uma cerimônia oficial da Igreja Católica, é uma experiência interessante que pode ser emocionante pra qualquer pessoa.

Horário da missa:

Todos os dias às 12h e às 19h30.

Vale dizer que não é possível entrar na igreja com mochila. No nosso caso, chegamos na praça, demos uma volta ao redor da igreja e da praça, mas só entramos nela ao voltar mais tarde, depois de ir para o hotel tomar banho e descansar um pouco.

Vá pro fim do mundo

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Para algumas pessoas (loucas, diga-se de passagem), o Caminho de Santiago não acaba na Catedral, mas sim quase 90 km pra frente, em Finisterra, onde acreditava-se ser o fim do mundo. Por conta desse status adquirido na época em que o povo achava que o horizonte era alcançável e que depois dele vinha o fim, esse trajeto acabou se tornando uma rota espiritual, de recomeço, etc.

 

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O lugar é muito bonito e vale a pena conhecer por causa da vista fantástica, mesmo que você chegue lá de ônibus! Para conferir a melhor maneira de chegar lá, é bom dar uma passada no centro de informações turísticas da Galícia.

Officina de Turismo de Galícia

Rúa do Vilar, 30-32, Santiago de Compostela.

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Dicas

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É sofrido… mas vale a pena.

De uma forma geral, a principal dica que eu daria pra você que pensa em fazer o caminho é tentar encarar tudo com otimismo e bom humor.

Você provavelmente terá dores musculares, vai dormir mal alguma noite por conta do ronco de alguém que está dormindo bem demais ou porque a cama não é das melhores. Além disso, pegar uma chuva no caminho é quase que lei (embora pareça, não quero desestimular sua viagem).

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Manhãs como essa são muito comuns na Galícia.

Ou seja: se você não tiver a cabeça aberta para aceitar algumas coisas, vai se estressar mais do que aproveitar.

Se você tiver alguma dúvida que não solucionamos nesse post, vale dar uma conferida na página de Perguntas Frequentes do site da Oficina do Peregrino (em espanhol ou inglês, somente) ou então comenta aí embaixo que a gente dá um jeitinho de responder!

Essa é a galera toda que foi com a gente pro Caminho de Santiago.

Essa é a galera toda que foi com a gente pro Caminho de Santiago.

E aí, gostou desse post? Vai fazer o Caminho de Santiago? Comente aí!

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13 Comentários
  1. Eliane Ferreira

    Olá!
    Adorei ler seu relato! Ganhei de presente a viagem pra Santiago de Compostela! Tenho muitas dúvidas!!! Pretendo fazer o caminho português, sou do interior de SP.minha irmã de Amsterdã irá comigo.o q acha mais fácil ir pra Amsterdã e depois para fazer o caminho? Pretendo viajar na volta de Santiago pra Grécia.Preciso marcar ida e volta,tenho que ter reservas de hospedagem? Como funciona?? Tênis ,bolsa, levo barraca? Não tenho muita preparação física….tenho 50 anos…O você sugere?

    Responder
    • Daniel Courtouke

      Olá, Eliane. Obrigado pelo comentário! Bom, quanto à logística, acho que você pode orçar a maneira mais barata para chegar ao ponto de partida. Desconfio que ir direto a Portugal seja melhor, mas isso fica a seu critério. Se você tiver mais segurança sobre quais trechos você quer fazer por dia, pode sim marcar hospedagem, mas – via de regra – os peregrinos acabam buscando albergues para passar a noite já nas horas finais de caminhada mesmo. Em média, os albergues cobram em torno de 10 euros pelo pernoite em um quarto compartilhado. Sobre a preparo físico, é aconselhável estabelecer uma rotina de caminhadas e fazer algumas mini viagens para testar ritmos e distância.

      Responder
  2. Cristina Nacarato

    Boa noite Daniel.
    Li seu relato e pretendo fazer os 100km.
    Obrigada pelas dicas, fiquei muito animada 😍😍😍😍

    Responder
  3. Roseli Pereira Santos Paiva

    Amei seu relato Daniel Courtouke.
    Estou me organizando para o ano de 2019, fazer o caminho.
    Só tenho uma dúvida.
    É que tenho hérnia de disco e fibromialgia, mas mesmo assim quero fazer o caminho.
    Será que eu consigo?
    Pois é um sonho meu.
    Nem que seja a última coisa que farei nessa minha vida.
    Irei com meu filho e minha irmã.
    Posso levar uma barraca de acampar?
    Tem como acampar na estrada sem problema ou algum perigo?
    Ah! só uma coisa me preocupa, tenho medo de aranhas kkk, você viu alguma no caminho?
    Moro em São Paulo e queremos fazer o caminho à começar pela França.

    Responder
    • Daniel Courtouke

      Que legal saber que gostou, Roseli. 🙂
      Como você tem tempo, minha melhor recomendação para você é falar com o médico sobre essa ideia e ver como você pode se preparar para o Caminho de Santiago da melhor maneira possível, tendo em mente todos os cuidados. É um sonho muito legal e acredito que com um bom planejamento ele vai sair de acordo com as suas expectativas.

      Sobre dormir em barraca, existem muitas restrições sobre onde pode ou não acampar. Além disso, existem diversos albergues pelo caminho- os de igreja, inclusive, não cobram nada, só aceitam doações.

      Depois de um dia inteiro caminhando, você vai querer e precisar de uma cama, sem falar da economia de peso na mala sem uma barraca dentro.

      Responder
  4. Sebastião lemes da Silva

    Aí, companheiro, eu e os amigos peregrinos de Itaúna, fizemos o caminho de Compostela em Abril deste ano. Foram 30 dias de muita paz. Foi uma experiência incrível de 799 km a pé. Entre em contato com a a gente.

    Responder
    • Daniel Courtouke

      Que legal saber que a experiência de vocês foi legal, Sebastião! Parabéns pela conquista, 800 km não é fácil mesmo!

      Responder
    • Juscimara

      Quero trocar ideia c vc se possível, pretenso faZer esse caminho também

      Responder
  5. Patrícia

    Tenho muitas dúvidas, mas quero muito fazer o Caminho de Santiago. Acho que começarei com os 100 km.

    Responder
    • Daniel Courtouke

      Oi, Patrícia. Tudo bem? O segredo é vir com tempo e comprar uma passagem que possa ser remarcada, aí você tem mais liberdade e pode até continuar o Caminho caso esteja se sentindo bem e empolgada!

      Responder
  6. Vera

    Olá, Daniel
    Excelente relato. Vou fazer o Caminho Português em junho. Tenho lido muito sobre essa empreitada, e sou grata à todos que contam suas experiências e se propõem a responder as dúvidas.
    Não estou conseguindo achar uma resposta sobre o que fazer com minha mala (terei uma, afinal vou ficar mais de um mês em Portugal), enquanto percorro o Caminho com uma leve mochila, apenas com roupas e objetos necessários. Talvez algumas pessoas vão apenas para fazer o Caminho, mas e os outros?? O que fazer? Se souber, por favor, me avise. Agradeço muito se me responder por email. Abraços

    Responder
    • Daniel Courtouke

      Oi, Vera! Tudo bem? Boa pergunta, realmente deve ser um problema que muitos turistas encontram. Então, muitas estações de trens e ônibus, além de aeroportos, possuem lugares para deixar as malas. Uma vez, deixei minha mala no aeroporto de Amsterdã por 3 dias e tive que desembolsar 28 euros. Como você vai fazer o Caminho, fica complicado deixar em um lugar desses por muitos dias.

      O que eu sugeriria é o seguinte: tenta deixar sua mala no seu hotel ou hostel, o que geralmente é possível. Quem sabe eles até te cobrem algo, mas se você tiver uma reserva para ficar lá depois de voltar do caminho não acho que fique tão caro.

      Outra ideia é se informar se no Caminho português os albergues também oferecem o serviço de entrega de mala. No final do Camino Primitivo é possível fazer isso. Aí, paga-se uma taxa e o turista pode receber sua mala ao final do trajeto ou na cidade em que vai dormir naquela noite.

      Responder
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