Quando fizemos nossa viagem pra Timisoara, a gente definiu que iríamos dar um jeito de ir a Belgrado, na Sérvia. A distância não era grande, a cidade tem fama de ser muito legal e teríamos dias suficientes para conhecer um lugar a mais. Como ir da Romênia para Sérvia não parecia um problema.
A gente já tinha esquematizado de ir de trem na manhã seguinte ao nosso passeio para o Corvin Castle, em Hunedoara (ainda na Romênia).
O problema foi que o nosso trem teve um mega atraso e chegamos muito tarde no hotel.
Sem condição alguma de levantar cedo pra fazer o trajeto de trem, decidimos, então, checar outras opções.
Que tal pegar um Uber?
Como tudo na Romênia é muito em conta, resolvemos dar uma olhada para saber quanto sairia uma viagem de Uber e se o aplicativo dava a possibilidade de levar passageiros para além das fronteiras romenas.
Não é possível ir direto a Belgrado, mas o app te dá a opção de terminar a corrida na Sérvia, na cidade de Vrsac, poucos quilômetros depois de cruzar a fronteira da Romênia.
O preço não era tão em conta como uma viagem de trem, mas saiu menos de 20 euros por pessoa.
O problema é que uma ideia dessas, apesar de ter um certo grau de originalidade, também pode ter alguns perrengues, já que não havia relato algum na internet pra gente saber se alguém já tinha se metido numa dessas.
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Ao abrir o aplicativo do Uber em Timisoara, vimos que só tinham três motoristas disponíveis. Depois de uns minutinhos tentando chamar um, o app mostrou que Vlad estava a caminho.
Ao parar em frente ao hotel, ele quis confirmar que a gente queria mesmo ir pra Sérvia, afinal parecia ideia de jerico. Dissemos que sim.
Aí veio outra pergunta: “vocês acham que eu preciso de visto pra entrar na Sérvia?”
Obviamente a gente não fazia a mínima ideia. Eu mal sei se os dois países são próximos politicamente, o que dirá se os cidadãos romenos precisam de visto.
Vlad então ligou para um amigo pra perguntar. Nossos planos estavam na corda bamba naquele momento.
Se não rolasse a ida de Uber, nossa programação iria por água abaixo. Já tínhamos reservado hotel em Belgrado, não existia nenhuma outra opção de trem naquele dia e nada mais para ver na pequena Timisioara.
Por sorte, o amigo disse que não dava nada. Na cara e na coragem, então, rumamos pra Sérvia.
Belas paisagens pela estrada não conseguiram nos distrair de mais uma preocupação. Precisaríamos dizer que éramos amigos do Vlad porque o transporte de passageiros entre fronteiras é proibido se o motorista não tiver uma licença pra isso.
Ficamos tensos por uma hora, mas por sorte passamos sem mais problemas na fronteira.
Aparentemente, ser brasileiro é coisa boa na Sérvia.
Fronteira atravessada e passaporte carimbado, chegamos em Vrsac com mais uma missão a cumprir: comprar uma passagem de ônibus no idioma local.
Nos despedimos de Vlad e fomos ao guichê que mais parecia ser o de uma empresa de ônibus, pois tinha uma placa com vários nomes nomes impronunciáveis mas a palavra Beograd estava ali no meio.
Na base da mímica, conseguimos não só comprar a passagem como até demos um jeito de pagar no cartão, já que não tínhamos nem uma nota da moeda local.
Sem muita certeza sobre em qual ônibus embarcar, ficávamos de olho nas plaquinhas ao lado do volante pra ver se alguma delas tinha Beograd escrito.
Já no ônibus certo, encaramos uma horinha de viagem no busão mais pinga pinga da história pra chegar na estação central de Belgrado, a pulsante capital da Sérvia.
Como disse acima, no final das contas essa brincadeira saiu mais cara do que o caminho normal de trem, mas ainda assim valeu a pena ter essa experiência inusitada.
Na volta no entanto, fizemos o trecho de trem. Também teve um mini perrengue pra encontrar a estação pra sair da Sérvia, mas essa história fica pra próxima.
E você, qual foi o maior perrengue que já enfrentou pra fazer uma viagem?
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