Um passeio solitário em Bonn: minha mãe na estrada

Por Daniel Courtouke

Jornalista formado e jogador de futebol frustrado, Daniel Courtouke dá seus pitacos e dicas no Viagem 0800 sobre as viagens que fez. Como bom pão duro que é, procura sempre mostrar os atalhos mais econômicos das viagens que faz.

Quando o mosquitinho da viagem morde a mãe da gente é motivo de orgulho. Quando ela resolve não só viajar contigo ou com a família mas encara também uma viagem solo já dá pra emitir o crachá de viajante profissional, não é mesmo?

Pois bem, dona Christina, mãe deste que vos escreve, não só se saiu bem andando por aí sozinha como ainda resolveu se aventurar com um papel e uma caneta na mão pra compartilhar essa experiência aqui no Viagem 0800.

Sem mais, o filho orgulhoso deixa o resto por conta da mais nova autora: Christina Courtouke.


Conhecendo a casa de Beethoven em Bonn

por Christina Courtouke

foto de autora convidada do blog, chrristina courtouke

Que tal uma viagem rápida de bate-volta de Dusseldorf para Bonn? Pois foi o que fiz, sozinha, num dia nublado de outono, estando de férias na Alemanha.

O objetivo desta viagem era visitar meu filho Daniel e nora Tatiana, recém-casados e os donos deste blog e curtir ao máximo a companhia deles sem atrapalhar muito a rotina do casal.

Enquanto eles estavam no trabalho, resolvi me aventurar em pequenos passeios solitários. A ideia inicial era ir à Koblenz, porém foi descartada pois, a principal atração de lá, que é um teleférico, não funciona em dias de semana no outono.

Pesquisando outras opções, eis que descobrimos a existência de um museu do grande mestre Beethoven, em Bonn, cidade natal do compositor e distante cerca de uma hora de trem de Dusseldorf.

Pronto, estava decidido meu primeiro passeio fora da cidade e sozinha, sem domínio da língua alemã, apenas com conhecimento razoável de inglês.


Saiba como viajar ao exterior só falando português

Museu Alemão em Bonn: pra quem curte ciência!


O primeiro desafio foi comprar o ticket certo do trem, tarefa facilitada pelas dicas da Tati por troca de mensagens pois havíamos esquecido deste detalhe no planejamento do passeio. Há várias opções e regiões a escolher na máquina da estação de metrô.

Com a passagem certa em mãos para evitar qualquer transtorno com eventuais fiscais (na Alemanha o acesso ao transporte é livre porém aleatoriamente fiscalizado, o que pode gerar elevadas multas se alguém for pego sem o devido comprovante de passagem), parti para a estação central (Hauptbahnhof) que é enorme mas muito bem sinalizada.

Munida de um chip alemão no meu celular com acesso à internet, após instruções dos jovens, utilizei o Google Maps que forneceu o nome, horário e até a plataforma para pegar o trem intermunicipal para Bonn.

captura de tela do google maps

Este chip foi um grande auxiliar para viabilizar minha aventura com uma certa autonomia, além de manter a vigilância da Tati e do Dani sobre mim – a situação se inverteu, o filho monitorando a mãe!

É claro que em alguns momentos tive que obter informações das pessoas na rua, o que não foi problema, pois principalmente os jovens são muito gentis e entendem inglês.

Já ouviu falar da Rota da Cerveja?

Chegando em Bonn, com o mapa do trajeto no celular parti para encontrar o museu e achei com certa facilidade. O tempo não estava dos melhores, com uma garoa fina, mas a alegria de estar realizando esta pequena aventura, compensou.

O Museu fica na casa onde Beethoven nasceu, em 17 de dezembro de 1770. Os funcionários falam inglês, o ingresso custou 6 Euros e recebi um fôlder explicativo em inglês. Fiquei duas horas lá dentro. Infelizmente, fotos somente puderam ser tiradas do lado de fora.

casa amarela onde morou beethoven em bonn

Como sou admiradora de sua obra além de ter lido sua biografia e assistido várias vezes ao intrigante filme Minha Amada Imortal, esta experiência foi muito gratificante, pois foi uma viagem no tempo, vendo documentos, partituras, quadros, instrumentos e objetos de seu uso, descrições da sua trajetória fora de Bonn, em Colônia e Viena, além de manuscritos do seu livro de conversação quando foi acometido pela surdez.

O Museu fornece também áudio-guia em vários idiomas, mas me atrapalhei um pouco na entrada e acabei não adquirindo.

Também é necessário deixar os pertences num armário com chave acionada por uma moeda de 1 Euro (é bom sempre ter em mãos, pois esta prática é usada em vários locais públicos, como supermercados, por exemplo). Fiz tudo direitinho, mas esqueci meus óculos, o que me impedia de ler o fôlder durante a visita. Tive que voltar buscá-los.

inscrição de mármore que identifica onde morou beethoven em bonn

O nome oficial do museu é Beethoven Haus (Bonngasse 20) e o preço mais atual pode ser encontrado no site oficial do lugar. Caso você esteja incerto se a visita vale a pena, no site do museu há um tour virtual com fotos em panorama que ajudam a ter uma ideia do que é possível por lá.

Cumprido o objetivo principal da viagem, fiquei andando pelas lindas ruas do centro da cidade, almocei num food truck e, como fui em novembro, vi também as tradicionais feirinhas de Natal ou mercados de natal.

van vermelha de um food truck em bonn

Para retornar, a tarefa era achar a estação central e pegar o trem certo de volta pois anoitece muito cedo nesta época do ano.

Com Google Maps e algumas perguntinhas pelo caminho, deu tudo certo o que me animou a dois dias depois fazer uma nova aventura solitária, desta vez para a cidade de Aachen.

E mais:

Aachen: um ótimo bate e volta pra quem estiver de passagem por Colônia

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2 Comentários
  1. Kamila

    Olhaaaaa, que ideia boa! Gostei!!!

    Responder
  2. Fer Serpa

    Aeeeeeee! Tia Chris apavorou!!!! 😀

    Responder
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